Desde muito nova eu decidi que não seria igual. E você vem me cobrar normalidade...

Desde muito cedo eu decidi que não seria dependente, e você todas as noites me oferece seu abraço pra dormir, sabe que assim eu me vicio na sua suposta proteção.

Desde muito nova acredito em liberdade, acredito que não somos donos de ninguém. Mas você vem sempre me provar o quanto eu preciso me sentir sua a cada dia.

Sempre quebrei todas as regras, nunca segui nenhum tipo de dogma, aí você vem falar que eu preciso seguir meu coração.

Meu cérebro tem um narrador, e este adora pintar os episódios da minha vida com tons de rosa e luz neon, aí vem você me mostrar que a vida é de verdade, e eu não gosto muito disso.

Eu troco gás, eu troco lâmpadas. Eu troco a roupa de cama pra não sentir o seu cheiro.

Eu troco de vida as vezes, me troco por você, e assim te sinto cada vez mais perto. E como eu odeio essa sensação de estar vulnerável aos seus desejos.

Minuciosamente,detalhadamente, dolorasamente, meu corpo lembra o seu, o busca, o espera...

E então eu acordo, mas você vem e me diz que o sonho ainda não acabou.

Você não me liberta.

Sua voz é a heroína que meu sangue não consegue se libertar, seu cheiro é a cocaina que meu nariz necessita mais que o ar. Seu aconchego é a maconha que meu corpo necessita para adormecer em paz.

Você é a minha droga preferida.

E eu nem posso ser presa por conta disso.

Por hora estou apenas presa em seu olhar,e este parece não querer me libertar nunca.

As vezes acho que te conheço, aí me lembro que não me reconheço, e então tudo fica confuso.

As vezes sou eu, mas na maioria das vezes eu sou você. Todo tempo. E eu não sei o que isso significa.

As vezes acho que vou enlouquecer aí lembro que já enlouqueci. E você apenas sorri.

Como se não fosse com você, como se fosse só eu, e meus sonhos.

Você adora me confundir, e eu adoro te complicar.

Você mente pra mim, e eu fantasio sobre você.

Você não sabe nada sobre mim, e eu finjo saber quem sou.

Você diz que é impossível e eu? Ahhh eu...Eu parafraseio Jean Cocteau: Sem saber que era impossível, ela foi lá e não somente fez possível como fez real!

Não há limites quando se sonha, não há limites quando se quer realizar.