terça-feira, 19 de novembro de 2013

Não quero pérolas nem porcos. Nem amanhecer e nem luar. Quero o meio termo. O equilíbrio. Por muitas vezes fui roda gigante, e como toda roda gigante me sentia cansada e enjoada.
Quando em cima feliz por estar perto do céu, quando em baixo feliz também por ter chão.  Por muito tempo quis ser um tapete voador. Estar no chão quando fosse conveniente e estar no céu quando necessário.
Por muitos anos colecionei rouquidão e ouvi em preto e branco. Uma bailarina com a perna quebrada.  E isso foi tão ridiculamente fácil quanto me fingir de cega.  Nunca consegui colorir meus parágrafos e nunca ninguém me ensinou a falar colorido sem me borrar. Era tudo muito, sempre foi tudo de mais.
De todas as festas sempre sobraram brigadeiros e pedaços do meu estomago.  Juntava papéis, guardanapos e sangue no final de cada uma. Fazia uma orquestra com as latas de alumínio cheias de pedaços do meu coração e ouvia seu tilintar. As batidas de um coração cansado junto a pedaços metálicos fazia poesia.  De fora ouvia gritos e musica, nunca soube diferenciar.  Na minha caixa de pandora todas as fantasias que não perceberam que o dia havia chegado dançavam a melodia desafinada. Ninguém nunca trouxe cola pra perna da bailarina. Ela queria dançar também.  As paredes da sala eram feitas de chão. Às vezes me confundia e quebrava a gravidade. Estava dançando na parede. Quando via já tinha me esborrachado. Levantava com leveza segurando as calças e os dentes perdidos na queda. Eu não subi na parede porque quis.

Comi a realidade muitas vezes com manteiga no café da manhã. Me perdia em casa e acabava na tomada tentando entrar na televisão.  Percebia os olhares tortos, mas não sabia se eram tortos realmente ou se apenas eram ilusão da roda gigante que estava. Fechava os olhos torcendo pra que a corrente elétrica não me matasse.  Eram olhares tortos sem nenhuma palavra. Talvez não houvesse mesmo o que dizer. Eles não poderiam mais vendar meus olhos e contar até dez, ou me jogar em um penhasco pelos pés. Agora que construí minhas paredes com as pedras da rua, onde eu estiver estarei no chão.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sobre relacionamentos e bolos de chocolate.


A primeira vez que Deus falou sobre casamento disse: “Deixará o homem o seu pai e a sua mãe e se unirá a sua mulher. E os dois se tornarão uma só carne”. Uau! Como assim vou deixar aqueles que me amaram a vida inteira? Rs. Graças a Deus (literalmente) temos inteligência pra interpretar a bíblia de forma correta. Quando Deus disse “deixa-rá teu pai e tua mãe” ele quis dizer que a partir daquele momento você viverá pra outra pessoa, e que não pode sofrer interferência externa. Vou tratar sobre isso mais a frente. Mas, enfim, vamos falar sobre relacionamentos. Não tive muitos está certo, mas observei o de outras pessoas por muito tempo e costumo aprender com os erros de outros. A primeira coisa que vejo é a falta de dialogo. “Não ouço porque fulana é chata” Oras, se fulana era chata por que raios você resolveu começar um relacionamento com ela? Dialogo não é só perguntar sobre o dia da pessoa amada, é perguntar e se interessar. Não saber somente o que o outro fez e sim , principalmente, se preocupar com o que ele sentiu. Na maioria dos casais o dialogo é rotineiro, são contas a pagar, trabalho, faculdade etc. Muito difícil um casal que pára pra ouvir os sonhos um do outro. 
Vivemos em um mundo onde nós mulheres somos muito independentes. Sustentamos a casa sozinhas, ganhamos mais que eles, trocamos até a resistência do chuveiro. Mas e eles? Onde eles ficam nessa historia toda? E vocês homens que são os provedores do lar, vocês que sustentam a casa e bancam o cartão de credito da esposa... Onde elas ficam nisso tudo? No que o parceiro se sente integrado a sua vida? Fazer com que o outro se sinta importante é fundamental. Não to dizendo que você vai bancar a “Maria do Bairro” e se desmanchar em lágrimas quando encontrar uma barata. Mas você pode muito bem ligar pro trabalho dele e dizer: “Amor, tem uma barata enorme no banheiro, inseticida funciona? Posso matar com chinelo?” Você matou a barata, mas ele vai se sentir parte disso. E homens, dividir com sua esposa as tribulações do seu dia a dia independente de quantas multi nacionais você dirija. 
O Famoso “flerte”. Eu tenho alguém, mas ainda tenho a necessidade de me sentir desejada por outros homens e vice e versa. Adultério começa no pensamento segundo a bíblia. Às vezes você nem se dá conta do que está acontecendo, mas o seu amigo confidente qual você jura que não tem nada a ver sabe muito bem do que estou falando. Se você mantém suas amiguinhas ou antigas parceiras não está 100% na relação. Você está mantendo pontes caso seu relacionamento não dê certo, e quando já entramos em um relacionamento pensando no seu término, é quase inevitável que ele termine. Quando entramos em um relacionamento com alguém não podemos impor nossas opiniões e nem impor que a outra pessoa mude. Mas, podemos conversar a respeito do que nos incomoda e estar abertos também para ouvir o mesmo, assim, mudamos em prol de uma vida feliz a dois. Mas também não posso continuar em um relacionamento onde a outra parte não faz nada pra me agradar nenhum pouco, certo? Se a outra pessoa vaticina que não mudará, corra pras colinas, certamente ela não mudará nunca! 
O amor não nasce em balada, não nasce em mesa de bar. O amor nasce do conhecimento. Impossível amar algo/alguém que você não conhece. Pode até se apaixonar, mas amar não. E as pessoas confundem amor com atração, com momentos bons, com “frio na barriga”, quando na verdade todas essas coisas não passam de emoções passageiras que não resistem ao teste do tempo. Quando você ama de verdade não passa a reparar somente nas declarações de amor, nas cartinhas, até porque o tempo faz com que essas coisas sumam. Então o amor faz você olha-lo com outros olhos. Você sabe que não vai ter cartinhas de amor toda semana, mas vai ter a pessoa ao lado quando está doente, vai aprender a admirar porque ele é fiel, porque ele está ali o tempo todo e com isso aprenderá a amar muito mais. Conhecer a pessoa profundamente faz com que o amor cresça e não acabe ou esfrie. Se acaba ou esfria, não era amor. Conhecer intimamente a pessoa é base pro amor verdadeiro. 
“Meu ex-namorado me ligava sempre” “Minha ex-namorada frequentava academia” Por que raios que te parta você não está com sua ex então? Comparação acaba com qualquer relacionamento. Diminuir a outra pessoa faz com que ela se sinta um estepe. Sei que às vezes a intenção é cutucar o parceiro para que ele melhore... Mas não! NÃO, NÃO E NÃO! Seu parceiro é único. Ele pode não agir como o antigo, mas por que você não está com o antigo mesmo? 
Cuide-se! Faça suas unhas, seus cabelos, cuide da sua saúde, fazendo assim você não se sentirá insegura quando uma mulher bonita chegar perto do parceiro. Você sabe que você também é. Só que você já tem o coração dele. Aceite o futebol, aceite a cerveja aos fins de semana, se você não bebe e não gosta de futebol vá ler algo que goste, fique na internet, faça o que você gosta. Tenha tempo pra si mesmo. Não permita jamais que ele prefira estar longe de você pra fazer o que gosta. Deixe que ele se sinta a vontade pra fazer o que gosta ao seu lado. Não gosta do futebol em campo? Vá pelo menos uma vez por mês. Lembre-se que pra dar certo é necessário agradar ao outro de vez em quando. 
Mas, nenhum desses conselhos acima vale se você não quiser manter o relacionamento em questão. Os opostos não se atraem, eles se atracam. A regra numero um é escolher alguém pra passar o resto da vida, a regra dois é fazer disso uma meta e a três é que essa pessoa seja parecida com você. Conheço casais que estão juntos há muitos anos. Sorte? Não! É fruto de trabalho! Você precisa manter seus olhos no destino final que é: Fazer a relação dar certo. Foco, força e fé. Rs. Foco no teu destino que é ficar com ele, força pra ceder, pra calar a boca e admitir quando está errado e precisa mudar, e fé pra entender que mesmo nas tribulações todo relacionamento terá tribulações e não é trocando de parceiro que isso acabará. Mas, acima de tudo você precisa fazer bem ao outro, você precisa fazê-lo feliz. Se apegue no exemplo de Jesus que deu sua própria vida pelo próximo que ele nem conhecia. Dê sua vida pelo próximo q está ao seu lado. Faça dele uma pessoa feliz e tenho absoluta certeza que a recíproca será verdadeira. Isso foi sobre relacionamentos. (E o bolo de chocolate que comi enquanto escrevia estava ótimo)

Ps: O que torna uma mulher ou um homem atraente nem sempre é a beleza e sim a segurança que ela/ele transmite.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Estava na sala de espera do dentista e reconheci assim que bati o olho: Juliana, 5°, 6° e 7° série. Era magricela, tinha o cabelo encaracolado e dentes “encavalados”.  Hoje loira com cabelos lisos e dentes perfeitos, ainda sim era a “Ju”. Minha (ex) melhor amiga. Pensei em puxar assunto, mas ia dizer o que? Nossa como você engordou como seus cabelos estão mais bonitos lisos, esse tom loiro não combinou com você, seu sorriso está perfeito, lembra que eu te chamava de coelho? Caso ela se lembrasse de mim, responderia sobre as mudanças físicas também, então achei melhor não falar nada. Reparei na aliança em seus dedos, então já imaginei que o dialogo  ia girar em torno de família, como ela está bem casada com 4 ou 5 filhos (ela sempre teve cara de  parideira), e eu contaria como larguei um casamento porque simplesmente não era feliz, o que a constrangeria 1: Por talvez estar infeliz no dela. 2: Por não conseguir imaginar como alguém prefere ser feliz sozinha. E então, todas as tentativas de puxar assunto seriam trágicas e não conseguiríamos ficar em silêncio, porque as pessoas tem a estranha mania de não conseguir ficar em silêncio, acredito eu que seus próprios pensamentos as assustem e que PARA, aqui to eu divagando e fugindo do assunto. Enfim, falaríamos sobre o tempo, como esfriou, como esquentou, em como sentimos saudades daquela época – que na verdade nem sentimos saudades, haja vista que todos nós éramos feias, dentuças e com cabelos “pixain”-, e sairíamos com sorrisos largos nos lábios pois afinal, nos encontramos com versões mais novas de nós mesmas. Mas ignorei, folheei uma revista e fingi que não a reconheci. Ela fez o mesmo. Afinal, éramos grandes amigas que hoje não sabemos nem o que dizer uma a outra. E então pergunto eu: Com quem  da minha vida  hoje vou evitar falar e até fingirei que não conheço quando encontrar por ai amanhã? Que coisa, né? 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

- É um machucado horrível, doutor.
- Eu sei Paula. Vou colocar um band-aid, você não precisará olhar pra ele.
- Mas eu não quero doutor. O senhor tem merthiolate? Mas daqueles antigos? Daqueles que arde?
- Precisa arder?
- Sim... precisa! Quero lembrar como dói pra não cometer o mesmo erro.
- Não, não tenho.  Mas um band-aid fará cicatrizar sem que você perceba.
- Mas eu não quero que cicatrize.
- Isso é uma metáfora, Paula. O band-aid faz só com que você não olhe e não perceba que é o tempo que está curando tudo.


Batidas na porta da frente... É o tempo!
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento...”.


domingo, 26 de maio de 2013

O magma que se derrama e se resfria formando ROCHAS. Se não fosse a dor não seria você. 
As fezes que adubam a terra dando vida as árvores. Se não fossem as decepções não seria você.
Os animais sacrificados que nos servem proteínas. Se não fossem os cortes, você não saberia se curar e não seria você.
Se não fosse a endorfina responsável pelo esquecimento, e se não fosse você a lutar contra ela... Não seria você. 
Às vezes você quer voltar e apagar tudo o que fez mal, aí você lembra que se voltar e mudar, a vida não teria tomado o mesmo rumo e aí, hoje não seria você.
Se não fosse o abandono, as lágrimas, a fome, as noites frias, as mentiras, o desespero, a morte, a vida, a luta, a volta, a cor, a rocha, o sol, o vento, e os monstros dentro do armário, você não saberia olhar em baixo da cama sem medo.
Por vezes você pensou em culpar alguém,as vezes culpou. Mas se não fosse o mundo não seria você.
E então você descobre que o amor é a única bagagem que você pode levar, e que deve continuar andando. Às vezes como num desenho animado, onde bigornas caem em cima de você o tempo todo, e que há alguém na plateia rindo, mas você precisa continuar andando.
E você teve muitos exemplos durante a vida do que não ser. Então se segure e não tenha medo. Você não pode mudar nada do que passou e se pudesse não seria você. Mas você pode fazer diferente, pode não ser nada disso, pode ser você mesma. Mesmo que no meio dessa confusão você nem saiba quem é você.
Não dá para sofrer quando alguém não quer te ver mais. Quando aquela amiga querida não liga. Quando se manda um email ou SMS urgente com pedido de resposta que nunca chegará. Não vale a pena insistir em um trabalho impossível. Em um amor invariavelmente (porque às vezes é possível conquistá-lo, sim) unilateral. Contrariando todos os livros de auto-ajuda, é preciso saber a hora de voltar ou de ir embora. E isso não é derrota, é sabedoria. Mas você pode se orgulhar por ter passado por tudo isso e ter dado a volta por cima. Ou pode ficar aí chorando. A escolha é sua.

quinta-feira, 16 de maio de 2013


Me desmancho, me recomponho. O peso do mundo nas costas é brincadeira de criança. Sento e refaço os pontos, estou em todos os cantos e isso me cansa. Disfarço as olheiras com cultura – são noites em claro lendo desesperadamente livros onde a mocinha tem final feliz-. Eu sou mocinha? Eu sou a bandida? Quem eu sou, afinal? Poderia te levar onde não existe razão e que não fosse preciso motivos para explicar. Onde apenas eu possa te completar e você me bastar. Mas na maioria das vezes estou muito cansada então proponho esse filme e essa pipoca.  Aceite essa procrastinação, é de todo coração. Proponho um passeio nesse meu devaneio, passeia sua boca em mim? Te espero acordada, na verdade sempre ligada, um pouco de silêncio seria bom dentro da minha cabeça. Mas não pense que é queixa, meu cansaço aparente some de repente se ouço a sua voz. A ideia era um decassílabo, mas como acima foi dito, vence a procrastinação. Ás ideias contrárias, o café na toalha, a chamada perdida, a vida, a vida! Mas se você vem eu repito, pra você eu não minto, e conto direitinho como acho que perdi a razão. Encontro em seus braços esperança, aí eu descanso, em sorrisos ou prantos afinal, sempre cabe ao amor te aliviar do que te cansa.

sábado, 11 de maio de 2013

Essa noite sonhei que você ia embora. Tive medo. Oras, eu não tenho medo de nada. Acordei e fui olhar sua parte no guarda-roupa. Sim, você não sabe, mas aquela parte é sua. Sua blusa ainda tinha seu perfume. Por segundos pedi a Deus que o romance terminasse por medo que o romance terminasse. Você sabe que não sei lidar com o amor. Fui criada na utopia de muitos autores, porém a vida me fez ceticista. Você não tinha o direito de estragar tudo. Hoje eu olho pra trás e enxergo uma vida sem paixão. Obrigada por me fazer descobrir que era tudo uma merda. Toda manhã eu me encorajo como um narcótico anônimo: Só vou amar por hoje. Eu sei que é engano. Quer saber? Eu acho que vou te amar pra sempre. Sim eu sinto ciúmes. E não, eu não vou melhorar ou amadurecer. Eu não sei lidar com isso, e pra falar a verdade eu nem quero. Não vou deixar as coisas que amo livres, mas posso regar os jardins para que fiquem. Se você for, leva metade de mim. A metade que fica não sabe lidar com isso. Se você fica, as metades que se juntam também não sabem lidar com isso. Se eu fosse você teria vergonha por me deixar assim tão patética. Quando você vai Alzira Rufino entoa cânticos nos meus ouvidos, quando você vem, Clarice falcão compõe uma nova musica. Mas eu não sou frágil, eu não sou frágil, eu não sou frágil! Deixa eu deitar no seu colo e te explicar enquanto você me faz cafuné, e me faz sentir segura e plena em seus braços, o quanto eu não sou frágil.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Poucos sabem que a Disney resolveu fazer umas versões dos clássicos, talvez só nós mamães conheçam , ficaram geniais além de hilárias. Tem a historia da chapeuzinho vermelho pelo ponto de vista do lobo mau, a branca de neve não foi expulsa do castelo e sim fugiu de casa por ciúmes do pai e etc. A da cinderela é a mais intrigante. No Cinderela 3 a princesa já havia casado, teve filhos, vivia o seu feliz para sempre, mas, a fada madrinha teve sua varinha roubada pela irmã má de Cinderela, que entregou para madrasta, essa por sua vez voltou ao tempo no momento da prova do sapatinho fazendo com que a irmã calçasse o sapato. Cinderela foi trancada no quarto e quando conseguiu sair, avistou as três megeras na carruagem a caminho do casamento. Analise comigo a situação da menina: A família foi embora, ela ficou com a propriedade inteira e passou de empregada a proprietária. Não seria um final feliz? Não! Cinderela não se acomodou, se fosse uma de nós talvez tivesse chorado comendo Haagen-Dazs na banheira ouvindo Celine Dion. Mas Cinderela foi à luta, invadiu o castelo, foi humilhada, injuriada, mas permaneceu na sua fé, na sua verdade. Ela acreditava no seu final feliz e foi buscá-lo. Bom, amigos, este é o mundo real não é mesmo? No qual você pensa: “Vou ser empresário”, mas não pensa nos impostos, nos contadores ladrões e nos funcionários mal intencionados. Ou então escolhe ser guitarrista de uma grande banda de rock, mas se esquece de que terá que lidar com mídia, com empresários gananciosos e fãs malucas. Às vezes eu acordo com toda garra de dominar o mundo, mas em outros eu só quero um emprego que pague minhas contas, uma casa confortável onde a noite eu possa tomar minha cerveja jogada na frente da TV e uma família que me ame. Moral da historia: Não interessa se o seu sonho é amor ou o dinheiro, o que não pode é ficar acomodado. PS: Gente, não me culpa se isso não fez sentido porque meu analista falou que eu tenho que falar sem pensar e falar o que eu quiser, que é assim que eu descubro os nuances dos meus pensamentos (OLHA QUE LOKO) então é isso, beijos!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Basta um olhar pra saber o que nem os lábios ousam dizer. A voz trancada na garganta... Isso me dá medo e me encanta, mas não tenho coragem pra prosseguir. Sei que não vou resistir, tenho que me decidir, só não sei como começar. Sem falar eu não aguento, sinto soprar no vento a voz que ainda não saí. Nada ou tudo é extinto, digo clarezas, não minto, só não consigo entender. A noite calada e fria traz a ilusão sombria de te ter e perder. Joguei passado no asfalto, ganhei teu coração em um assalto e fiquei surpresa, pois te amava mais que queria. É o coração que bate a razão que rebate e a emoção no empate. O minuto que antecede o beijo, a paz de deitar em seu peito, ainda não sei se vou suportar. O ego fala mais alto, a paixão se embrulha em um saco e o egoísmo o põe porta a fora. Isso não são horas! Vá deitar-se, menina. Amanhã quem sabe o tempo ou um beijo ajeita as coisas no lugar.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Solidão: modo de usar.

Nunca tive medo de ficar sozinha, alias essa ideia era a mais fácil de todas. Quando todas as meninas queriam colocar suas barbies no carro com o Ken, a minha estava planejando a casa, regando o jardim, criando historias mirabolantes sobre o fim do relacionamento das mesmas. Enquanto minhas irmãs faziam comida com matinhos frescos em fogões de mentira, eu tinha um papelão dobrado ao meio imitando um computador onde eu revezava os textos e atendia ao telefone feito do controle remoto. Ás vezes eu acordava, ouvia o movimento da casa e fingia dormir. Gostava de ficar sozinha. Lembro que certo dia minha mãe comprou um quadro de um ambulante e o pendurou bem a frente da minha cama. O quadro era uma paisagem... Parecia uma cidade. Tinha um castelo, uma vila, riachos, enormes áreas verdes e no meio do pasto e do riacho havia uma casa. Simples, bonita na sua simplicidade, dava pra enxergar a chaminé de um fogão à lenha e a varanda reunia todos os tipos de pássaros. Era ali que eu me perdia. Imaginava-me alimentando os pássaros, pescando no riacho, e indo até a vila procurar algo que eu ainda não conhecia, mas que posteriormente todos conheceriam como toddynho. (risos) Quando adolescente colocava meu celular pra despertar de madrugada apenas para ouvir a radio e escrever. Eram versos soltos. Utopia. Cheios de erros de português e acertos da alma. Frases sem concordância que faziam sentido apenas na minha cabeça. Muita coisa hoje em dia só faz sentido na minha cabeça. As prioridades mudaram. Antes era só uma mochila e uma muda de roupa. Hoje preciso de repelente e o carregador do celular. Mas a cabeça continua nas nuvens. Algumas coisas não mudaram. Ainda preciso sair a esmo, dar de ombros pras inconstâncias da vida (e pras minhas), e olhar de soslaio pra quem se acha muito inteligente. Preciso de vento batendo na cara e de um coração acelerado. Preciso de espaço. Preciso de um pequeno espaço. Entre um riacho e um pasto verde. Preciso de musica, de um dia frio e de um bom lugar pra ler um livro. Preciso também apenas ouvir Djavan e fazê-lo parar de ouvir meus pensamentos. Preciso parar de ler Vinicius de Moraes e fazê-lo parar de me ler. Olhos inquietos, mãos frias, e a voz sempre titubeada. Por dentro sou gritos. Preciso desesperadamente de solidão para escuta-los. Pode parecer horrivelmente arrogante, e soar como um “eu me basto”. Não é isso. Preciso de amor como todas as outras pessoas, mas, preciso muito da atenção da pessoa que ocupa o segundo lugar no meu ranking de prioridades (em 1° minha filha), essa pessoa sou eu. Nossa! Como é gostoso ficar comigo, como nos entendemos e nos desentendemos. No final eu sempre dou razão a mim mesmo e fica tudo bem. A solidão de ser você, de não ser escravo de ninguém, a solidão de poder se auto analisar, descobrir onde erra, se preocupar com os erros e não se vangloriar com os acertos. Há muito mais a se corrigir do que se parabenizar sempre. A solidão de ouvir a si mesmo. De ver a si próprio como você é. Sem mascaras. Você não precisa mentir pra você. A liberdade da solidão. Você é o que você faz quando ninguém está vendo. Quando ninguém está me observando eu sou uma camponesa que corre todas as manhãs para o galinheiro a procura de ovos frescos pro café da manhã. E você? Já descobriu qual o seu papel na sua historia? O seu verdadeiro papel. Não aquele que você mostra pros outros. Beijos.

sábado, 9 de março de 2013

Sobre pessoas

Então... Fui a uma livraria semana passada e estava perdida, já tinha lido todos os lançamentos, quase todos os clássicos (não gosto de clássicos) e tinha acabado de ler “água para elefantes”, ou seja, estava enternecida com a historia e a procura de um outro livro no estilo (mulherzinha), só pra manter a vibe romântica que parece ter agradado o boyfriend (que ele não leia, mô te amo). Olhei e nada, alguns melodramáticos de mais, outros autoajuda de mais, então me deparei com uma capa simplória, o titulo tão simples quanto , e uma critica do Publishers Weekly: “ Uma história arrebatadora, que permanecerá por muito tempo na memória do leitor”. O livro chama-se “Tão mais bonita”; Ora, logo imaginei uma historia de amor onde à mocinha no final se descobre linda, e encontra o príncipe encantado. Ledo engano, o livro fala de vários personagens ao mesmo tempo (é preciso muita concentração pra não se perder), fala de dois pais que resolvem abandonar a cidade grande para criarem sua filha em uma pequena cidade do interior. Os anos passam e a menina cresce - é inteligente, bonita, uma excelente esportista. Mas é bastante diferente de todas as crianças. Fala também de uma jornalista, que vive atrás de um grande furo de reportagem, mas durante algum tempo suas principais matérias são sobre Alice, a menina-prodígio. Até que Wendy White, que trabalhava como garçonete, some. Stacy sente que precisa ajudar a resolver o caso, precisa encontrar a menina com vida. Wendy White era noiva do filho de um dos homens mais ricos da cidade, provinciana com prazer, não queria abandonar a sua cidade como as outras jovens faziam, mas teve um fim trágico. (quer saber? Se eu não der o spoiler ninguém vai entender este texto) Então, meus caros, Wendy White some, na verdade ela está escondida na fazenda do noivo sequestrada pelo irmão e pai do mesmo, onde é submetida a todo tipo de violência por pelo menos 20 homens – amigos do futuro cunhado-, e quando quase morta é deixada em uma floresta para que morra sozinha. Triste, né? Pois bem, ela foi vingada. Alice, a menina-prodígio, desvendou o mistério. Só que Alice tinha sentimentos anarquistas e pensou que os denunciando, voltariam a matar, violentar, etc, depois de soltos. Alice aproveitou uma festa à fantasia na escola, tirou uma arma da bolsa, e matou um por um. Vocês se lembram do titulo do texto? Isso mesmo: “Tão mais bonita”. Nada a ver, né? Pois é, assim são as pessoas. A primeira impressão é a capa, a segunda são as criticas que são feitas dela, e daí se você para na capa ou nas criticas não descobre o conteúdo maravilhoso que existe dentro dela. Uma personalidade agressiva pode esconder solidão, alguém muito calado pode ter se machucado muito se expondo de mais, uma pessoa efusiva ao extremo pode esconder uma grande tristeza. Vá além da capa e das criticas. Leia as pessoas. Algumas vão te decepcionar, mas você terá adquirido alguma “cultura”, e pelo menos alguma coisa nova ela te ensinará. O final de Alice Piper você descobrirá lendo o livro. (Rá)

domingo, 3 de março de 2013

E daí a vida diz que eu não posso mais fugir. Da realidade, do espelho, das pessoas, da varanda. Tentei explicar que é só o que eu sei fazer, tentei contar uma piada, enfatizei com minhas vísceras uma boa desculpa para me justificar, para me aquecer, para enrolá-la. Mas ela conhece minha pobreza de argumentos, minha falta de traquejo, minha vontade de enfiar a cabeça embaixo da terra e esperar o dia terminar ( ou os dias ) e não me deixa falar, não me deixa sequer abrir a boca sem me alfinetar, sem martelar meu dedo mindinho com o passado. Meu passado de quases, meu passado de quase foi pra sempre, de quase eu consegui, de quase te liguei, de quase não tive medo. Meu passado cheio de flores de plástico e chocolates derretidos. Cheio de camisetas suadas e mãos geladas por baixo da mesa, de passeios pela praia e conversas abafadas por música alta, de contas de celular que vou pagar até me aposentar. Histórias transbordando de "quases". Quase não fugi. Mas fugi, eu estava cansada de fugir. (quase) Meus dedos indicadores são calejados de ansiedade, de impaciência. Minha mão inteira é áspera de uma vida me esfregando em fronhas, arrastando a cama de um lado para o outro tentando fugir da insônia. Fugir me deixou áspera, eu acho. "Posso parar a qualquer momento" e lá estou eu fugindo de novo. Da análise, do telefone, da sopa de inhame, da salada de tomate ( odeio tomate O D E I O ) do reencontro de colégio, do amor, do merthiolate que arde, de mim. Uma vez ia deixar a pessoa errada abrir meu coração. Até olhei no livro do plano de saúde, mas quando cheguei pra cirurgia faltava o anestesista. E eu fugi quando senti o primeiro talho do bisturi. Confundiram morfina com soro fisiológico e me cortaram mesmo assim. Chego em casa sangrando e mostro o corte que trago no peito, bem limpo, bem fácil de costurar, mas minha mãe pega a linha preta e costura um grande mapa em minha pele, o mapa de onde eu não devo mais ir? Ou o mapa para onde devo fugir? Não sei, fechei os olhos nessa hora, nem quis saber o significado. Só sei que depois disso passei a transformar o amor em passado, como quem coloca caldo demais no macarrão e o transforma em sopa. Até o dia em que cansei de comer sopa. Hoje vivo nessa mesa de operação, ainda não tem anestesista eu sei, estou esperando pelo corte, talvez doa, talvez não. Mas pra quem viveu sempre de quases, talvez quase doa, ou talvez quase seja pra sempre... até doer. Que doa, então...
Às vezes as pessoas me perguntam a idade e automaticamente eu respondo 14. Não, não é uma forma de me sentir mais jovem porque se fosse pra mentir a idade eu diria 18, afinal nessa idade já se podia beber e entrar em festas para maiores, embora nunca tenha me interessado em festas e talz, enfim. Acho que é porque desde os 14 eu penso como adulto, sempre sofri como adulto, mas agora, depois que encontrei alguns diários antigos e comecei a reler alguns textos, ( que comecei a escrever com 9 anos) lembrei que tenho 26, que criança é essa que aparentemente eu fui e nunca conheci? Fico tentando encontrar ma explicação para entender essa distancia tão grande entre o que fui e o que eu sou hoje. Eram palavras coloridas com canetas hidrocor, cada letra de um tom diferente de rosa, e só consegui pensar em uma coisa: talvez a intensidade de algumas idéias e pensamentos seja tão grande (para mim e para qualquer um) que quem os têm em mente acaba por sentir-se mais maduro e mais adulto apenas pelo fato de tê-los. Uma vez a pessoa sendo arrebatada por esses sentimentos tão assustadoramente desconhecidos e não conseguindo compreender a si mesma, ela acaba achando (como eu também acho) que aquilo só pode ser um sentimento, um sofrimento, um pensamento de adulto, já que nos acostumamos a relacionar a vida adulta com conceitos de sabedoria e maturidade e compreensão de certas lógicas e fatos que uma criança jamais teria a capacidade de entender, a incompreensão, portanto, nos leva a amplificar o sofrimento. Porém, quando tudo o que parece tão grande dentro da cabeça é transcrito para o papel, podemos perceber toda a imaturidade inoculada em lágrimas para a qual estávamos cegos, lendo você consegue avaliar as próprias palavras como se fossem de outra pessoa e, bem, as outras pessoas sempre parecem tão infantis e egocêntricas, não é mesmo? Sim, elas são, e você também é, e eu também sou, mas é impossível perceber isso se não nos olharmos de fora e não nos abrirmos para a análise crítica e impiedosa de nós mesmos, nós que, infelizmente, insistimos em sofrer como adultos por coisas de criança.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Uma coisa difícil de aceitar: O tempo. Passa correndo os meses os anos, porque na verdade você não viveu um dia após o outro, você acordou na segunda desejando a sexta, e o que você fez no intervalo? NADA. Parabéns, você perdeu uma semana. ( eu perco várias). Do tempo que a gente perde fazendo coisas que não gostamos. Do tempo que a gente não passa ao lado dos que amamos. Do Tempo que se encarrega de levar embora toda dor, mágoas e frustrações. Opaaaa, dá licença? Faz favor de deixar minha “magoazinha” aqui, porque ela me cria anticorpos pras próximas mágoas e talz, na verdade não cria, mas desse jeito a gente pode ouvir Radiohead com mais propriedade né, galero? O fato é que Einstein quando elaborou a teoria da relatividade só podia ter um coração partido. “O tempo pode passar mais rápido para uns e mais devagar para outros” Ok, Einstein, você era o cara, mas eu sou a mina, e como nenhum grande conselho de física vai ler isto mesmo, eu posso dizer: DISCORDO QUERIDO. O tempo passa igual pra todo mundo. Corre entre os dedos, escapa entre um toddynhyo e outro e acaba em sorrisos e/ou lágrimas. Só que algumas pessoas não deixam o tempo passar nunca. Já mudou a fase, o Mario tá em outro castelo, e tá lá o cara reclamando o yoshi perdido. O tempo é cruel, deixa marcas, leva pessoas e sentimentos. Às vezes não leva sentimentos, os substitui ( o que é pior) mas adivinhem? Ele não deixa de passar porque você está aí parado esperando ele voltar pra consertar as coisas. Um dia você vai ver que o que te matou antes te faz sorrir ou se sentir um grande babaca hoje. Mas esse é o trabalho do tempo, levar embora tudo o que nos faz mal. O que nos fez bem o tempo transforma em saudade, e daí já é outra coisa que não dá pra falar nesse texto por motivos de sono. O fato é que o tempo vai passar, e as dores também. Algumas outras virão e você vai esquecê-las depois de um tempo pra vir outras, criando assim um loop infinito. O tempo pode até ser mesmo o bem mais precioso dos homens, mas eu ainda o acho a coisa mais perigosa. Vai depender em que estivermos empregando-o. Relativo isso, não? E você? Perdeu quanto tempo lendo isso? Rs beijos

sábado, 9 de fevereiro de 2013

E daí se eu não tenho opinião nenhuma sobre nada? Existem 7 bilhões de pessoas no mundo e todas elas tem uma banda pra te mostrar, um conselho a dar, uma religião verdadeira, um time campeão e um partido político honesto. Todas as 7 bilhões de pessoas tem a formula certa da felicidade e os psicólogos estão todos indo a falência. Estamos no meio de uma epidemia de opiniões. Avisem a segurança nacional, fechem os aeroportos, façam um estoque de toddynho e doritos em casa e só saiam sob minha segunda ordem. A gente que é adulto tem que SUSTENTAR nossos próprios desejos. Não é opcional. E nem todo mundo tem culhão pra isso. Nossos desejos SEMPRE vão ser julgados. Pode ser um sorvete häagen-dasz: sempre vai ter alguém achando que vc tá gorda, que é muito caro. Quanto mais POLÊMICO o desejo, mais vão julgar. A verdade é que quem não tem culhão pra sustentar seu desejo não faz, ou faz escondido. É preciso certa coragem pra admiti-lo. Talvez seja um primeiro passo. Mas seu desejo ainda não está andando com as próprias pernas se você precisa que outras pessoas te deem aprovação, digam que está ok... Você só sustenta o desejo, quando está POUCO SE FUDENDO com o que as pessoas pensam dele. afinal, você não pode controlar o que os outros pensam (como os outros não podem controlar o que VOCÊ pensa. essa é a parte boa). Claro, nosso desejo primeiro é sermos amados, queridos, e dói saber que uma pessoa pensa mal de você por uma coisa que você faz. Mas aí: a opinião dessa pessoa importa o suficiente pra você ficar se justificando? Ou pra de repente, sei lá, deixar de fazer o que você quer? A minha resposta pra isso é que sim, algumas opiniões importam. Mas só as de gente que eu amo, e as de gente de quem eu dependo pra trabalhar (pq né, eu tenho uma filha e um gato pra sustentar). Os outros, “pobrema” deles. Demorei bastante pra chegar a esse ponto e às vezes dou uma falseada. Tem uma historinha do nasrudin bem bacaninha que ilustra bem isso: o mullah estava, com o filho, levando um burro pra vender no mercado. ele ia montado no burro e o menino puxando. Passou um grupo por eles e comentou: "que absurdo, um homem adulto e forte vai montado, enquanto o menino frágil e magrinho vai a pé". Desceu e fez o menino montar. Outro grupo passou por eles: "que falta de respeito, o garoto na flor da idade vai montado enquanto seu velho pai vai a pé". Montaram os dois. Outro grupo: "mas coitado desse burrico, tendo que sustentar o peso de dois marmanjões!" Desceram os dois: "olha os burros carregando o burro kkkkkk! Os dois vão a pé enquanto o animal vai de boa sem carregar peso, como são estúpidos". Ah, a propósito: admitir seu desejo não é a mesma coisa que expô-lo. Até porque, quando você está no ponto de "tou pouco me fudendo", você está pouco se fudendo inclusive pra que as pessoas saibam. Então é isso, beijos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

" Mas eu estou morrendo, Edward, estou ficando mais velha a cada dia" Li isso em algum livro por aí Rs. E não é a maior verdade de todas? A que a gente morre um pouco todo dia? Ou melhor, quantas vezes você já morreu nessa mesma vida e ressuscitou? A morte é um polímero. É uma combinação de todas as pequenas fatalidades que te trouxeram até o presente dia, das incontáveis vezes em que você teve que morrer para se desprender, desligar, desapegar, crescer. Cada ciclo que se conclui é uma nova morte para a sua coleção. Cada última vez e cada nunca mais te propulsionam um pouco mais para longe do ponto inicial, te preparam um túmulo de pedra gelada aonde você pode largar aquele sonho que acabou, que se realizou ou do qual você desistiu. Quando te conheci, morri uma vez, encobri com terra a minha realidade de tantas mortes sem importância, quais foram mesmo as causas das minhas mortes de antes?, quando te beijei, morri pela segunda vez, a partir dali não saberia mais viver longe do calor e da umidade, nunca mais me importei com os dias de frio. Depois que te conheci só consigo ressuscitar ao seu lado, morro mil vezes durante o dia e me deixo continuar morta até te reencontrar, está sendo a mais poética de minhas mortes, vivo quase a semana inteira em meu corpo de cadáver, apodrecendo diante da vista indiferente das pessoas... enquanto corto as unhas, salgo as batatas e, só então na sua presença, me permito voltar a viver. E quando você chega morro em um ato lento e contínuo. Esta morte se prolonga de modo como se não quisesse me deixar morrer, não desta vez, e equilibro as outras mortes que querem desabar sobre mim enquanto esta não acontece. Se algum dia eu tiver que morrer ( essa historia) pra sempre, espero saber ressuscitar tão bem como você está me ensinando. O bom das lágrimas é que elas não deixam cicatrizes, imagine você, tantas que são essas mortes pelas quais tenho que chorar. Só eu sei quantas mortes eu já morri nesta vida, mas quer saber? Estava mesmo cansada de estar sempre vestida para o próximo funeral. Dessa vez se tiver que morrer de vez, que seja ao seu lado e que seja de amor. ^^

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Essas coisas de acreditar

Sobre os sentimentos, sobre as pessoas, os sentimentos das pessoas, os sentimentos? As pessoas? Gostar das pessoas nunca foi um processo natural pra mim. Quando uma amiga(o)chora, nunca sei se dou meu ombro ou se levanto e imito um robô para fazê-la rir. Sou desajeitada para fazer carinho. Minha mão ou pesa demais ou fica leve a ponto de ninguém sentir. Sou dura para dar abraços, nunca sei se meus braços devem ir por cima ou por baixo. Sempre acabo sentando na cadeira em frente em vez de me encostar ao lado para conversar de perto. Minhas piadas são sem graça e meus comentários desnecessários. Talvez eu queira impressionar demais,talvez eu simplesmente não me importe, ou talvez eu apenas fique muito nervosa. O fato é que as vezes a gente leva tanta porrada da vida, e não! Não em quuestão de relacionamentos amoroso, mas.. emfim, tanta porrada da vida que passa em algum momento a não mais acreditar, ou a não se importar. Não me importo? Não existe muito espaço na sociedade para pessoas que não se importam. Não se importar corresponde ao não acreditar em Deus no mundo dos sentimentos. Se eu precisasse traduzir essa minha falta de interesse de alguma forma, diria exatamente que sou uma agnóstica do amor. Não me digo atéia pois, assim como em relação à questões espirituais, não descarto totalmente a possibilidade de que exista, mas sim, se houvessem apenas dois lados, o do crer e o do não crer, eu ficaria com o que eu chamo de ateísmo emocional. O grande problema é que os ateus são parte de uma das minorias que mais sofre preconceito nessa sociedade predominantemente crente em que vivemos. Ateus sofrem mais repulsa do que prostitutas e usuários de crack (sério) e, dessa forma, não seria diferente em relação aos que não acreditam no amor. Se Deus é amor, como todos já ouviram dizer por aí, você não acreditar nesse último o torna alguém tão desprovido de caráter, perante a sociedade, quanto aqueles sem religião. Demorei muito tempo para sair desse armário da descrença. Mais pela falta de argumentos para me explicar do que pelo medo de julgamentos. Sim, eu deixei de acreditar no amor sem dá-lo muitas chances. Mas, hoje em dia, não me adianta muito ouvir palestras sobre a pessoa certa e sobre a beleza de se construir um relacionamento. Estava tudo trancado na minha grande caixa de dúvidas que guardava embaixo da cama e que torcia para que algum homem do saco levasse por engano. Algumas pessoas simplesmente não tem tantas chances para dar. Então eu decidi me abrir e me apaixonar, assim como estou aberta à possibilidade de Deus me chamar pra ter uma conversa numa clareira no meio do deserto e me explicar um tantão de coisas que não entendo nas religiões, já disse que não sou xiita em relação a nada. Porém, tudo para mim parece utópico demais, idealizado demais, enjoativo como um vidro de cereja em caldas. Hoje me interesso nas pessoas, nas suas histórias, nas metáforas e outras figuras de linguagem que elas têm para me oferecer. Era difícil aceitar que me dissessem no que acreditar. Não aceitava que ninguém me dissesse no que eu devia ou não devia acreditar a não ser que tivesse como me provar errada. Esperava realmente que alguém me provasse que eu estava errada. Me provaram que eu estava completamente errada. Obrigada.