quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Estava na sala de espera do dentista e reconheci assim que bati o olho: Juliana, 5°, 6° e 7° série. Era magricela, tinha o cabelo encaracolado e dentes “encavalados”.  Hoje loira com cabelos lisos e dentes perfeitos, ainda sim era a “Ju”. Minha (ex) melhor amiga. Pensei em puxar assunto, mas ia dizer o que? Nossa como você engordou como seus cabelos estão mais bonitos lisos, esse tom loiro não combinou com você, seu sorriso está perfeito, lembra que eu te chamava de coelho? Caso ela se lembrasse de mim, responderia sobre as mudanças físicas também, então achei melhor não falar nada. Reparei na aliança em seus dedos, então já imaginei que o dialogo  ia girar em torno de família, como ela está bem casada com 4 ou 5 filhos (ela sempre teve cara de  parideira), e eu contaria como larguei um casamento porque simplesmente não era feliz, o que a constrangeria 1: Por talvez estar infeliz no dela. 2: Por não conseguir imaginar como alguém prefere ser feliz sozinha. E então, todas as tentativas de puxar assunto seriam trágicas e não conseguiríamos ficar em silêncio, porque as pessoas tem a estranha mania de não conseguir ficar em silêncio, acredito eu que seus próprios pensamentos as assustem e que PARA, aqui to eu divagando e fugindo do assunto. Enfim, falaríamos sobre o tempo, como esfriou, como esquentou, em como sentimos saudades daquela época – que na verdade nem sentimos saudades, haja vista que todos nós éramos feias, dentuças e com cabelos “pixain”-, e sairíamos com sorrisos largos nos lábios pois afinal, nos encontramos com versões mais novas de nós mesmas. Mas ignorei, folheei uma revista e fingi que não a reconheci. Ela fez o mesmo. Afinal, éramos grandes amigas que hoje não sabemos nem o que dizer uma a outra. E então pergunto eu: Com quem  da minha vida  hoje vou evitar falar e até fingirei que não conheço quando encontrar por ai amanhã? Que coisa, né? 

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