sábado, 18 de setembro de 2010

Sempre na 3° pessoa

E mais uma vez ela se engana, como se o coração soubesse sempre de tudo. Mas por que? Era a única coisa que ela queria entender. O por quê? Aquele mundo não era dela, não era o espaço dela, não era ela. E a vida fazia questão de esfregar na cara. Não era ela que sonhava demais, era a vida que era madrasta. Ela tinha tudo, tudo o que qualquer ser humano podia sonhar. Mas ela não ligava. Ela queria emoção, mas não entendia que emoção era sinonimo de ilusão no mundo que vivia. Ela na verdade queria razão, mas a razão dela. Uma razão que abrangeria todas as loucuras saudáveis da vida, mas ela não tinha, ela não podia sonhar, e nem imaginar. Seria doloroso demais. E ela acha que deve se trancar pra sentimentos. Porque é tudo tão confuso...E ela estava cansada, cansada de fazer o género " mocinha do humor" ela queria era emoções de verdade. Na verdade ela queria uma mochila nas costas, um bom vinho e aquele velho beatles, e ela vai depressa. "Devagar criança" grita a vida. mas ela não espera, ela atropela o que vê pela frente. Ela busca algo que nunca vai encontrar, todos buscam e ninguém encontra, por que ela encontraria?! Ela lê, ela ouve, é inteligente, bem resolvida...mas ela não consegue resolver os enigmas de seu próprio coração. Ela é uma criança grande. E ela é tão esperta, mas tem tanto medo. Ela não tem medo das pessoas, ela tem medo de si mesma. Ela não se permite errar e vive em um mundo em que aparece quase sempre perfeita. MAs ela não é perfeita. Ela tem medo, muito medo. Ela tem tudo o que queria ter, mas não é tudo o que queria ser, ela se importa mais com o ser do que com o ter. Ela é assim, uma criança grande. ela ama, e ela perdoa, e ela entende, e ela aceita..mas ela não se desculpa. Nunca se desculpa, ela não se perdoa. Ela acha que podia ter feito melhor, ela acha que deveria ser outra pessoa. Mas ela não vai desistir, ela nunca desiste! Ela sabe que em algum lugar uma vienna a espera. Ela sabe que cruzou apenas metade do caminho e quer percorrer o resto, ela não tem medo disso. Medo do destino não. Ela tem medo de seus próprios sentimentos. Ela tem seus sonhos e luta por eles porque ela sabe que só os bobos ficam satisfeitos. Mas ela vai com cuidado porque ela sabe que nem todos os sonhos se tornarão realidade, principalmente aquele sonho em que ela podia voar.

5 comentários:

  1. Puta que parol! Muito foda Paulinha. è incrivel como vc consegue ler a minha alma.

    ResponderExcluir
  2. Eu em anos de literatura nunca consegui ler um texto como esse. você consegue juntar todas as figuras de linguagem em um texto só. já pensou em escrever um livro, paula? Muito bom o seu blog, parabéns

    ResponderExcluir
  3. paulinha, paulinha... vc e seus textos que me fazem perder o sono. Eu queria a receita de conseguir passar pro papel tanta emoção, tanta inteligencia....

    ResponderExcluir
  4. Agora eu sei porque me tornei seu fã tão rápido.

    ResponderExcluir
  5. Entre medos e confusões, surge a bela. É nas convulsões da vida que a gente se reescreve, reedita, os que têm talento, escrevem textos assim...inteiros, cheios, vívidos.

    Menina de beleza que exala, inspira, contagia,envaidece. Sou fã de carteirinha dos seus textos e dessa inteligência natural para as palavras.

    ResponderExcluir