segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Soneto de amor total

Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E te amar assim muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Vinícius de Morais

2 comentários:

  1. Sem dúvida...do tempo que os homens (mesmo os putões assumidos como Vinícius) sabiam amar...não importa quantas, mas sabiam amar intensamente...sabiam fazer suas mulheres felizes por serem SUAS...
    Pq eu não vivi ESSE tempo de boêmia ao invés do atual de cabecinhas tão vazias e corpos tão divinamente esculpidos?
    Tornei-me eu também, mulher vazia por não encontrar no ser alheio nada além de (com sorte) umas noites bacantes de amor fingido. Trocaria isso facilmente pelo amor aí exposto, escrachado, sentido e, como dizia Vinícius: "- Exagerado, posto que o intenso era o que fazia valer a vivência do amor sentido, sem tempo.-"

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  2. Acho que a Língua Portuguesa poderia aceitar, como exceção, o "te amo" no início das frases. "Amo-te" é feio, na minha opinião.

    Um abraço, @AnonimoFamoso. :)

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